BEREMIZ, O HOMEM QUE CALCULAVA

“Beremiz, o Homem que Calculava” é uma adaptação muito livre, de Paula Sousa, do livro “O Homem que Calculava” de Malba Tahan, pseudónimo do professor Júlio Cesar de Mello e Souza, do Brasil. A Matemática está longe de estar entre as disciplinas preferidas dos alunos, em Portugal, em 2023, segundo a Sociedade Portuguesa de Matemática, foi atirada para “mínimos históricos inexplicáveis”. Quer seja pelo seu conteúdo, muitas vezes abstrato, ou pelo bloqueio coletivo onde se gerou quase o consenso de que esta disciplina é difícil de aprender e a opção mais fácil é deixá-la de lado. Nos contos de “O Homem que Calculava” a matemática é elevada ao patamar lúdico das histórias para os mais novos, inserindo o cálculo de forma leve e prazerosa, intrigando-nos com as soluções encontradas por Beremiz Samir, um jovem viajante persa com grande aptidão para os cálculos matemáticos. No médio Oriente, num ambiente das “mil e uma noites”, Beremiz vai atravessar o deserto e viver muitas aventuras, deparando-se quase sempre com situações do quotidiano que envolvem sempre algum tipo de calculo matemático… e também vai descobrir o amor. “

A BELA E O MONSTRO

“Bela e o Monstro” é um musical de Fernando Gomes a partir do conto da romancista francesa Gabrielle-Suzanne Barbot, publicado em 1740, com inúmeras versões posteriores. É o mais encantado dos contos infantis.
Esta criação de Fernando Gomes à primeira vista é mais um musical, divertido, animado, colorido, com reviravoltas e surpresas visuais, muito suspense, grandes sentimentos e, claro, um final feliz, mas…
Mas a beleza desta história está na mensagem implícita, “o que é visível aos olhos pode ser enganador”! Atrás de uma imagem, de um rosto, de um corpo, do outro, existe um “eu” que é preciso descobrir e construir. E essa descoberta e construção só é possível numa relação de empatia, apoio, segurança e amor.
A Bela, não só na sua aparência mas intrinsecamente bela, consegue perceber e amar aquele que na sua aparência é um monstro e transformá-lo. Porque aceitou comunicar, relacionar-se com ele; sem se relacionar não haveria o conhecimento, e sem conhecimento atribuem-se significados apenas em função do nosso ponto de vista, do nosso preconceito. Mas a Bela não se limita à aparência física e descobre e ama aquele que afinal é o mais belo dos seres, e quando lhe declara o seu amor ele revela-se o mais belo dos príncipes.